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Protocolo de sepse: preparação das equipes é fundamental

Protocolo de sepse: preparação das equipes é fundamental

A sepse é responsável por cerca de 11 milhões de mortes no mundo todos os anos, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são registrados aproximadamente 400 mil casos anuais em adultos, com letalidade em torno de 60%, segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A identificação precoce dos sinais e sintomas e o tratamento imediato podem reverter o quadro. A expertise da equipe assistencial e a agilidade no atendimento são fundamentais para salvar vidas. No Hospital Badim (RJ), o Protocolo de Sepse, que abrange desde a emergência até o momento da alta, passando pela internação, para identificar rapidamente os pacientes com suspeita da doença.

“A sepse ainda é pouco percebida por muitos médicos em geral, mas reconhecer precocemente a patologia é fundamental. É uma doença tempo-sensível, em que a ação imediata faz toda a diferença para os pacientes”, destaca o coordenador da Emergência do Hospital Badim e gestor do protocolo de sepse do hospital, o cardiologista Lúcio Abreu. Para se ter ideia da dimensão da situação, a pesquisa ‘Uma breve análise epidemiológica dos casos de Septicemia no Brasil’, com base nos dados do SUS e publicada no Journal of Medical and Biosciences Research, mostrou que houve, no ano passado, 184.146 internações por sepse e 81.765 óbitos.

Uma hora é o tempo máximo que deve transcorrer desde o diagnóstico até o início do tratamento contra a sepse em pacientes que chegam ao Hospital Badim. Essa é uma das principais diretrizes do protocolo. “Ter um protocolo específico para o atendimento da sepse é fundamental para garantir que os pacientes recebam um atendimento de alta qualidade, rápido e eficaz, o que pode ajudar a reduzir a mortalidade e melhorar os resultados alcançados. Importante frisar que este protocolo é revisado e atualizado regularmente”, acrescenta a coordenadora do setor de Qualidade do Hospital, Mariana Lavandeira. Entre os benefícios de ter um protocolo próprio para o manejo da sepse, ela cita: melhoria dos desfechos para os pacientes, com redução da mortalidade e das complicações, melhoria da segurança do paciente e padronização do atendimento. 

Mariana ressalta que o treinamento da equipe para aplicação do protocolo de sepse é fundamental para garantir que todos os profissionais de saúde estejam preparados para identificar e tratar a sepse de forma precoce e eficaz. “Além de trabalhar o tema com o setor de Educação Profissional, com capacitações permanentes sobre a sepse, fazemos simulações, para treinar a equipe em situações de emergência, como a identificação e o tratamento da sepse grave. Esta capacitação é fundamental para garantir que todos da equipe multiprofissional estejam trabalhando juntos de forma eficaz para identificar e tratar a sepse”, observa. Outro ponto importante é a revisão de casos, quando a equipe identifica oportunidades de melhoria e discute estratégias para aprimorar o atendimento. “Ainda apresentamos feedbacks regulares à equipe sobre os indicadores do protocolo gerenciado de sepse e o desempenho da aplicação dele, incluindo áreas de melhoria e reconhecimento por bons resultados”, conclui.


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